Talvez a audiência que estava em nosso 3º Ciclo de Críticas com Carlos Felipe Moisés tivesse a expectativa de descobrir, da boca do poeta, o verdadeiro sentido de sua poesia: ficou sem saber.
Tu não verás, Marilia, cem cativos
CFM faz mais que leitura de seus poemas publicados (Inconfidência, Boi raiado em penumbra, Gesto). Demonstra o erro, a impossibilidade que existe na ambição de encontrar um sentido único na crítica da poesia.
Revelou, através das motivações que envolveram a produção desses poemas, a distância que existe até a interpretação lógica do poema. Deixou explícita a fragilidade do processo de composição, o abismo existente ente a criação e a leitura:
“-Você sabe o que essa interpretação significa? Nada.”
Um poeta perdido no escuro da noite nula?
É assim que encontramos CFM. Entre diálogos com fantasmas de sua cultura, que deflagram seu fluxo de sentimentos intempestivos.
Sua desordem poética, ritmada, laborada à exaustão, continua: Os poemas inéditos (até agora), que generosamente nos trouxe, confirmam seu vigor na luta com as palavras, na contínua obsessão em propor múltiplas possibilidades de leitura de sua poesia.